Entre familiares, amigos, colegas de actividades desportivas e culturais do autor, bem como algumas entidades, foram várias dezenas os que aceitaram o convite para a apresentação pública do livro “Biografia de António Garcia”, da autoria de António Carlos Maciel.

 

Atletas treinados por António Garcia saudados com salva de palmas

 

Na sua intervenção, o Presidente da Direcção da Associação de Futebol da Horta, Eduardo Pereira, congratulou-se com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Horta, José Leonardo Silva, (a quem agradeceu o apoio dado na cedência das instalações do Teatro, onde também decorreu a Gala AFHorta - 90º Aniversário, em 2020); da Presidente da Assembleia Municipal, Teresa Faria Ribeiro Cândido; do Director do Serviço de Desporto da Ilha do Faial, Bruno Leonardo; de António Carlos Garcia, filho da figura que dá corpo a esta publicação; do apresentador do livro, Manuel Goulart Serpa; e dos muitos outros amigos e conhecidos ali presentes, entre os quais destacou antigos atletas, “por quem a AFH tem grande apreço, respeito e admiração”.




Nesta noite festiva estiveram presentes gloriosos desportistas de ontem, que deixaram o seu nome inscrito nas páginas do Desporto Faialense e Açoriano, os quais podem orgulhar-se de ter sido treinados por António Garcia Júnior, designadamente: Fernando Morisson, Gaspar Neves, Hildeberto Serpa, José Machado e Manuel Cristo (este último encontra-se acamado). Para todos eles, a apresentadora da Sessão – Cristina Silveira – pediu uma calorosa salva de palmas.

 

“O resgate histórico é uma obrigação da AFH (…)”




O livro, coordenado e editado pela Associação de Futebol da Horta (AFH), entidade que suportou na íntegra os custos do mesmo, integra-se no Programa Comemorativo do 90º Aniversário da AFH, que arrancou em Outubro de 2020 e termina em Outubro deste ano. A propósito das referidas comemorações, Eduardo Pereira lembrou que no passado mês de Maio foi dado à estampa o livro “CARAS” AFH – lançado nas quatro ilhas de abrangência desta instituição: Faial, Pico, Flores e Corvo numa iniciativa inédita – e que outros se perfilam. E frisou: “O resgate histórico é uma obrigação da AFH no sentido de compilar, preservar e divulgar o trajecto e a missão deste organismo desportivo”, fundado a 21 de Outubro de 1930.   

Sempre dentro desta temática, o Dirigente sustentou que “a história do Futebol no Faial está bem documentada, contrariamente a outras ilhas de jurisdição da AFH, de que é exemplo o Pico”. E precisamente para colmatar essa lacuna, revelou que existe a intenção de em 2022 trazer à luz do dia a História dos 100 Anos do Futebol no Pico.

 

“Dou os parabéns ao autor por ter entendido homenagear um homem que muito deu ao Futebol, como foi o sr. António Garcia Júnior”




Relativamente ao projecto agora editado, o Presidente da Direcção da AFH referiu que sabendo que António Carlos Maciel tinha apresentado, “e bem”, este trabalho em 2017, decidiu convidá-lo a publicar o mesmo em livro, pelo que “foram feitas melhorias, complementadas com uma grande componente fotográfica”. E focou: “Dou os parabéns ao autor por ter entendido homenagear um homem que muito deu ao Futebol, como foi o sr. António Garcia Júnior”, um jogador que nasceu no Pico, mas que despontou para o “desporto-rei” no Faial, onde deu cartas, assim como em Guimarães e nos EUA. De salientar que este Futebolista/Treinador, conhecido como o “Garcia de Guimarães”, onde nasceram três dos seus cinco filhos, no Vitória Sport Clube de Guimarães conseguiu a proeza de se manter ao longo de sete épocas desportivas de rei ao peito na I Divisão Nacional: de 1944/1945 a 1959/1951. António Garcia Júnior foi mesmo o primeiro picoense a chegar à Primeira Divisão Nacional de Futebol, pelo que “merece ser distinguido por este grande feito, pela sua qualidade e pelo seu percurso como jogador, treinador, filantrópico e profissional”, assinala Eduardo Pereira no texto inicial que consta neste livro.

O Responsável máximo pela AFH sublinhou a “excelente colaboração” de António Carlos Maciel – Director do Serviço de Desporto do Pico há mais de 30 anos – com a AFH, sendo Sócio Honorário desde 2005, pelos “elevados contributos” prestados ao Desporto.           

 

Filho e (alguns) netos do biografado estiveram presentes




Convidado especial desta noite foi António Carlos Garcia, filho de António Garcia Júnior, que se deslocou propositadamente dos EUA para o lançamento desta publicação. Em termos familiares, também foram convidados a partilhar este evento Sara Fraga e Daniel Fraga – que se fez acompanhar pela esposa, Carolina Fraga – netos do biografado.



Carolina Fraga e o marido, Daniel Fraga, neto de António Garcia Júnior; António Carlos Maciel, autor do livro agora lançado; António Carlos Garcia, filho do biografado, que veio propositadamente dos EUA; e Sara Fraga, neta de António Garcia Júnior

 

Manuel Serpa e a sua teia urdida em muitas voltas


Numa alusão ao trecho bíblico de Mateus 17:4, “Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei três tendas: uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”, o apresentador do livro ao chegar à tribuna manifestou “grande felicidade” por este momento, ilustrando-a com a frase “como é bom estar aqui!”  Paralelamente ao autor, Manuel Goulart Serpa foi figura central nesta noite cultural, pelo que respigar excertos da sua magnífica intervenção seria o mesmo que decepar a linha de raciocínio, descontextualizando-a e roubando-lhe partes de um todo encadeado, urdido com sapiência e conhecimento de causa. Como tal, entendeu-se partilhar o texto na íntegra.



Os dotes oratórios de Manuel Goulart Serpa foram enaltecidos

 

“António Garcia

Um Picaroto de origem, Vimaranense de coração e vitoriano como poucos.

Rico, fantástico o povo que se recorda, que se revisita, que se celebra. Que recolhe, do baú das memórias, recortes da sua identidade. O inverso é simplesmente desolador.

Este livro do António Carlos Maciel, ora lançado, é uma autêntica revisitação. Lê-lo num fôlego é voltar aos sítios, às pessoas, aos convívios, aos afetos, aos acontecimentos por vezes forjados em sonhos. É a nossa memória coletiva bem vivida. É uma oportunidade nimbada de gratidão.

Recordar, celebrar e agradecer!

Confesso-me, sem qualquer rebuço, um amante do futebol, do desporto em geral.

Na disciplina Jesuítica, férrea, tolhedora do Seminário, o futebol, no recreio, era o único escape. Só quem viveu entende. Em contrapartida o arcaboiço moral e intelectual que ornou o meu ser, devo-o àquela Santa Casa Mimosa de Deus. Acho que faço uma apreciação justa.

Vivi anos de futebol, raiva e euforia, sentimentos contrastantes. Joguei com ídolos que moravam nas traseiras da Rua do Rego que davam para os campos de futebol de sete, como o grande guarda-redes Maciel e o célebre Macoco, um dos ícones de um Lusitânia invencível e fiquei amigo para sempre de jogadores como o José Couto e o André do Lusitânia, o Aníbal e o José Agostinho do Angrense e de muitos outros.

Mas foi no início do meu múnus sacerdotal, na Candelária do Pico, que entendi bem a autêntica dimensão benéfica do desporto.




Senhoras, Senhores

À verticalidade gótica da fé que assenta em profundos conceitos teológicos, trilhos de ascese, cadinhos de mística contrapõe-se a horizontalidade da mesma fé que toca as pessoas, o simples, o natural, o material. É uma re-aliança entre o sobrenatural e a realidade como fizeram, e muito bem, algumas ordens religiosas. Ensinar a lavrar, a semear, a curtir, etc, etc.

Hoje está na moda a palavra confinamento. Qual era a situação de uma pequena comunidade rural como a Candelária onde paroquiei? Estava confinada, isolada, pequena ilha dentro da Ilha. O comum.

Era urgente despertar, conhecer, interiorizar o conceito de cidadão. Humanismo e Cidadania como substrato de uma religiosidade mais consciente.

A forma de lá chegar foi encontrada no Desporto e na Cultura. Por isso, hoje aqui, celebramos e agradecemos.

O futebol trouxe a aprendizagem do abraço, a aceitação do erro, o convívio, as boas maneiras, a amizade e novos conhecimentos ofuscados pela pandemia do isolamento e do abandono.

Peço desculpa por este naco da minha prosa, mas temos de ser realistas. Acompanhei jovens, grandes campeões, tímidos, envergonhados que faziam promessas pela vitória e que não sabiam o que era uma ementa, uma massagem ou um micro para a entrevista da praxe.

No ano seguinte os mesmos apareceram de camisas modernas, brilhantina, passeando nas feiras e comprando ofertas para levar aos seus. Que mudança! O desporto ajudou-os a serem melhores, mais humanos, mais cidadãos.

Sabemos o que significa para um Grupo Cultural de uma Ilha como o Pico, visitar as melhores Universidades da zona de Boston e participar na maior parada do mundo em Bristol, aquando das celebrações do bicentenário da independência dos Estados Unidos, de albarcas e chapéu de palha. Que salto! E o que significou para uma equipa de futebol como o Boavista de São Mateus saborear as delícias da piscina e as iguarias na casa do meu amigo Manuel Eduardo Vieira, no reino da batata doce? Não esquecendo a visita aos lugares emblemáticos dessa Califórnia venturosa. Que salto!

Obrigado à Associação de Futebol da Horta. Noventa anos, um rol de sacrifícios, de doação integral, de privações, virtudes por vezes toldadas por incompreensões quando sobe à margem a parte negativa do ser humano.

Acima de tudo a alegria transbordante de servir. É que não serve para viver quem não vive para servir e a nossa maior felicidade será sempre ver os outros felizes.

Noventa anos!

Aos que partiram uma pétala de saudade sobre a campa, envolvendo gratidão, muita gratidão.

Ao seu atual presidente e demais membros dos órgãos sociais, digo: continuem. Ainda há muitos degraus para chegar à torre da cidadania.

Força, coragem e as maiores felicidades.




Senhoras, Senhores

O livro, em apreço, assenta na biografia de um picaroto de gema – o António Garcia – que foi astro de futebol a nível regional e nacional.

Aquela Montanha maravilha parece duas mãos em gesto de pedir numa oração nervosa. Abre-se em sonhos e apelos. O António, como outros, seguiu o apelo da Montanha, subiu, subiu, superou os contextos e as circunstâncias e, acima de tudo, superou-se.

Quando um dos nossos se alcandora a lugar de realce, nós todos subimos. Toca-nos o orgulho e uma enorme satisfação.

Ao exemplo futebolístico há que acrescentar o humanismo que sempre pautou a sua conduta. No livro essa faceta é bem enaltecida.

É uma figura para recordar, com botas e camisola, tesoura e pente e a mão sempre estendida aos outros e sempre com um sorriso afivelado.

A propósito, frequentei, algumas vezes, a célebre Barbearia do Janota onde, para além do serviço impecável, se contavam histórias mirabolantes, se diziam mentiras brancas às dúzias e se discutia as virtualidades da República e da Monarquia, tendo como protagonistas algumas das figuras de maior reputação da vila. Era uma Ágape bem acolhedora.

O livro é um álbum de recordações com um conteúdo fotográfico magnífico.

Não os vi jogar todos mas conheci-os muito bem nos meandros da vida e, mais uma vez, estabeleço a correlação entre futebol e a ascensão na sociedade já que as virtudes da modalidade impregnaram-lhes os passos.

Vejo o Gilberto ao lado do João Quaresma e penso logo noutros sítios e noutras missões. Tinha uma relação de amizade com o Gilberto e o Quaresma. Veio-me logo à baila um quadro singular, único, imorredoiro: Mestre Simão ao leme, de olhar felino, numa atracagem de alto risco. O hercúleo Gilberto, o “Aricana”, todo molhado para as manobras de grande perícia com o cabo da popa e na ponta do cais aquela silhueta ímpar contando as vagas para a “jaziga”, o João Quaresma. Na terra ou no céu este quadro devia estar numa galeria com a assinatura de um génio.




Relembro, com muita saudade, os atletas do Faial que o “eldorado” da base americana “roubou” a esta Horta menina-mar, alfobre de excelentes artistas na arte de bem jogar e que minoraram a minha dor de emigrante, adolescente, na ilha Terceira, com exibições inesquecíveis que nos levavam ao delírio.

A seleção da Associação de Futebol da Horta nos primórdios da década de cinquenta do século passado. Que equipa! Que vitórias! E os atletas espalhados pelo Angrense, Lusitânia e as equipas da Praia: o Jaime Serpa, o Mário Lino, o Jorge Cipriano, o Cegara, o Renato Lima, o Gaspar Neves e muitos outros. Mas, de entre todos, um que me marcou para sempre: o grande Canetas, de seu nome Amadeu Zeferino. Que jogador, meu Deus! Que alegrias me deu até às lágrimas. Ai aquele pé esquerdo jamais será esquecido!

Senhoras, Senhores

Tenho de falar, do autor do livro o que não é difícil.

O livro retrata a minúcia. O autor é minucioso, metódico, atento aos pormenores. É perfeito. Não lhe escapa nada. Mas o António Carlos Maciel é, acima de tudo, um albergador de pessoas e movimentos, tem o dom de criar empatias que nutrem grandes amizades.

Muitos dos grupos desportivos ou culturais do Pico que vão aos Estados Unidos ou Canadá levam-no sempre como guia. Ele conhece as pessoas, sabe quem vai receber, quem vai ajudar.

Nestes casos é como Moisés à frente do povo de Israel.

Ainda há pouco tempo foi convidado para estar presente na festa do Espírito Santo dos Picarotos em New Bedford e na celebração das Bodas de Oiro da Filarmónica Lira do Bom Jesus de Oakville no Canadá. Ele arrasa nesta área.

Relevância para o trabalho, na área desportiva, realizado no Pico. Mas, sem dúvida, a sua coroa de glória é a Corrida dos Reis. A próxima será a trigésima primeira. Naquele circuito por onde passa a procissão da veneranda imagem do Bom Jesus Milagroso, já marcaram presença todos os grandes atletas de Portugal: Mamede, Lopes, Fernanda, Manuelas e a Rosinha dos nossos amores que é madrinha, vem a todas e está em tudo.

Os senhores imaginam o oceano de amizades que este evento criou e a ajuda preciosa que tem dado ao Pico sob o ponto de vista turístico.

Um livro é como um filho nado e criado à semelhança do autor. Bem urdido, atraente, meticuloso, perfeito. Ele é assim e o livro também.

Para terminar, um desejo sincero. Que todos estejamos vivos para celebrar o centenário da Associação de Futebol da Horta.

Prata, oiro, diamante, só resta a imortalidade: a Associação de Futebol da Horta sempre!

Parabéns e muito obrigado”.

Manuel Serpa

 

“(…) a AFH não é uma associação pequena”




Na sua intervenção, o autor recordou que a relação com a AFH começou no tempo do Faria de Castro e não resistiu a (re)contar um episódio que este antigo dirigente, (falecido em 2009), mencionava sempre que havia discursos, pelo facto de ambos terem a mesma estatura. “O Dr. Faria dizia sempre que gostava muito de falar depois de mim, porque o microfone já estava na posição certa”.  

António Carlos Maciel agradeceu à Associação de Futebol da Horta a oportunidade de reunir em livro este trabalho, o qual começou a ser delineado em 2015, descrevendo a sua ligação a esta instituição desportiva. E deu os parabéns à recém-empossada Direcção da AFH, novamente liderada por Eduardo Pereira, a quem desejou “muitos sucessos neste novo mandato”, sublinhando: “A AFH pode contar sempre comigo. Não é a distância que nos vai separar ou impedir de colaborar. Estamos a falar de um organismo crucial para o desenvolvimento do Futebol e do Futsal nestas quatro ilhas, sendo certo que as células principais são os Clubes e dentro destes os Atletas. Ao contrário daquilo que se diz, a AFH não é uma associação pequena e a corroborar a sua grandeza está a actividade gigante que desenvolve em todas estas parcelas. Realizar uma acção contínua em quatro ilhas não é fácil e há muito trabalho que é feito nos bastidores e não é visto”.



António Carlos Maciel agradeceu à AFH o apoio dado na concretização deste projecto

 

“Cresci com todos os meus colegas e amigos dos bancos do Liceu da Horta, do Desporto e das actividades culturais”

 

Este picoense emocionou-se ao ver na plateia muitos colegas de quando estudou no Liceu da Horta, ilha do Faial, onde também jogou. “Tenho grandes amigos no Faial e com muitos deles a relação de amizade nasceu através do Desporto”. E olhando para o Presidente da Câmara, memorou: “Joguei com o Leonardo aqui no Faial; ele envergava a camisola dos Flamengos e eu a do Madalena. A malta do Pico vinha na “Espalamaca” e na “Calheta”! A minha primeira saída do Pico foi com o Futebol Clube da Madalena. Inesquecível! Cresci com todos os meus colegas e amigos dos bancos do Liceu da Horta, do Desporto e das actividades culturais. A minha segunda freguesia é as Angústias e sempre que ainda hoje passo pelo Bairro Mouzinho de Albuquerque faço uma viagem ao meu passado!

Foi nesta sala [Teatro Faialense] que vi muitos filmes, pois não tinha essa oportunidade no Pico, sempre com o dinheiro contado, atendendo a que o mesmo tinha de dar para a semana toda.

A minha vida tem sido passada a unir pessoas e colectividades para que, todos juntos, possamos chegar mais longe. Recordo todas estas pessoas que me ajudaram a ser quem eu sou – com a base dada pelos meus pais – incluindo os 20 anos em que colaborei com o INATEL”.

Reportando-se ao livro, classificou-o como “modesto”, considerando-se um “apaixonado” pelo Desporto e enaltecendo a iniciativa da AFH em fazer o resgate histórico da actividade desportiva, projecto que no Pico carece de ser posto em marcha, já que “não existe nada nesta área”.



António Carlos Maciel considera-se um “apaixonado” pelo Desporto

 

“O seu percurso [de António Garcia] constitui um testemunho e uma inspiração para os mais novos!"

 

António Carlos Maciel revelou que quando começou a sua pesquisa sobre António Garcia Júnior percebeu que “não estava perante um atleta qualquer”, tendo recebido, nas suas idas ao Canadá e aos EUA, vários contributos sobre este homem que não foi só um desportista. “O seu percurso constitui um testemunho e uma inspiração para os mais novos! E olhando para os seus netos aqui presentes que orgulho devem sentir por ter um avô que se distinguiu sempre por onde passou e cujos feitos devem ser transmitidos de geração em geração”.




"Mais do que nunca, precisamos de “Garcias”, um exemplo a seguir!”

 

No texto escrito no livro pela Directora do Departamento de Comunicação e Marketing da AFH, Cristina Silveira, ficamos a conhecer um pouco melhor quem foi António Garcia Júnior: “(…) este Picoense (…) foi um verdadeiro exemplo em todos os aspectos da sua vida. Pessoalmente, cativava pela amabilidade e simpatia; profissionalmente, deixava transparecer a sua competência e generosidade, já que, como cabeleireiro, muitas vezes arranjava gratuitamente o cabelo a quem tinha menos posses; desportivamente, demonstrou ter enorme potencial e talento como jogador, além de ter revelado uma grande imparcialidade e verticalidade ao ter decidido que, na qualidade de treinador, iria levar o Atlético a conquistar o título de campeão regional. E conseguiu essa proeza, para gáudio da esposa e do sogro, ferrenhos do Atlético, tendo mesmo o sogro sido um dos fundadores do clube das Angústias. Ainda como treinador, destacou-se pela forma como ensinava (a grande e pequenos) aquilo que tinha aprendido ao longo de uma carreira feita no Fayal, no Atlético, no Guimarães e na América. Por tudo isto e por muito mais, como os leitores terão a oportunidade de descobrir ou redescobrir ao longo destas páginas, António Garcia foi um exemplo dentro e fora do campo, dando, já naqueles recuados tempos, verdadeiras lições de camaradagem, ‘fairplay’ e ética desportiva.

Com esta viagem ao passado, o Autor traçou o perfil de um Picaroto multifacetado que encontrava tempo para jogar, treinar, ser cabeleireiro, mas, também, bailar e mandar a chamarrita, ir à pesca, visitar os amigos e estar com a família, vertente em que igualmente se empenhou, deixando um legado composto por 5 filhos.

(…).

Mais do que nunca, precisamos de “Garcias”, um exemplo a seguir!”

 

Livro vai ser lançado em Guimarães e na América

 

Precisamente com o objectivo de levar mais longe a vida e a obra de António Garcia Júnior, o autor confirmou a sua intenção inicial e que passa por lançar esta biografia em 2022 na cidade-berço de Portugal, altura em que o Sport Clube de Guimarães completa o seu centenário; e também nos EUA, onde Garcia esteve emigrado e também se dedicou ao Futebol.

Convidado a proferir umas palavras, António Carlos Garcia, de voz embargada, agradeceu o livro agora dedicado ao seu pai, dirigindo um agradecimento directo ao autor, ao apresentador, à AFH e aos desportistas do tempo do seu pai ali presentes, que representam uma homenagem a esse tempo glorioso, imortalizado neste e noutros trabalhos.



Equipa da AFH com António Carlos Garcia, filho do biografado, que agradeceu e felicitou este organismo desportivo pela iniciativa

 

“(…) orgulho que é ter alguém que marca não só a família desportiva como a de muitos atletas”

 

O Presidente da edilidade faialense, a quem coube presidir e encerrar esta Sessão, agradeceu o convite formulado pela AFH, cumprimentou todos os presentes e de forma especial “os nossos craques”, destacando a “relevante” lição de oratória dada pelo apresentador do livro, que, notou, “estudou para isso”. E acrescentou: “O Manuel Serpa é um orador que nos prende a atenção”.

Olhando directamente para o autor, sublinhou que tinha falado “com paixão”, percebendo-se que este momento havia sido um espaço para “reviver a sua vida e a envolvência no Desporto e nas colectividades”.

“Joguei Futebol e posso dizer que aprendi muito não só como jogador mas, acima de tudo, como homem! E mais do que isso: ninguém consegue nada sozinho, pelo que só com uma visão de conjunto e em equipa poderemos chegar mais longe e brilhar mais alto”, assinalou José Leonardo Silva, que exaltou o papel do Futebol no crescimento de atletas e cidadãos.

O autarca deu os parabéns à Família de António Garcia Júnior, vincando “o orgulho que é ter alguém que marca não só a família desportiva como a de muitos atletas, cujo exemplo deve fazer uma sociedade crescer”.




Câmara e AFH vão assinar Protocolo no âmbito da Aldeia Desportiva do Futebol

 

José Leonardo ressaltou “a honra” que é para a Câmara Municipal da Horta receber no Teatro este evento organizado pela AFH, realçando o facto de estas instituições serem parceiras nas Comemorações dos 90 Anos da Associação de Futebol da Horta. E dentro das boas relações existentes, o governante adiantou que brevemente irá ser assinado um Protocolo entre a Câmara e a AFH com vista à implantação da Aldeia Desportiva do Futebol no Faial, com o intuito de “fomentar e melhorar as condições para a prática do Futebol e do Futsal nas quatro ilhas de abrangência da Associação de Futebol da Horta”, onde se destaca a componente da Formação. José Leonardo referia-se às infraestruturas que a AFH pretende concretizar ao longo dos próximos quatro anos, orçadas em cerca de 1,5 milhão, e que contemplam a nova Sede, Campo e Centro de Estágio a implantar na freguesia da Feteira.



Milton André e Zeca Sousa encerraram a Sessão com música

 

Fotografias de: Edmilson Brito e Mário Laranjo

 

O remate final deste serão, que contou com diferentes momentos, foi dado pela música, a cargo do Duo Zeca Sousa, na guitarra; e Milton André, ao piano.

Já no foyer do Teatro Faialense, o tempo foi de autógrafos, dedicatórias, com abraços, conversas e olhares postos em dia, que há muito haviam sido adiados pela chegada da pandemia, que teima em alterar as nossas vidas. Mesmo cumprindo as regras sanitárias impostas pela Covid-19, durante uns fugazes segundos a máscara caiu para que os rostos ficassem totalmente visíveis no registo para a posteridade. Mas logo a seguir a máscara voltou a ser rainha.

 

 

Cristina Silveira