Tem no Badminton a sua modalidade de eleição, mas também praticou Atletismo e Ténis. O Trail surgiu bem mais tarde, tendo sido encarado a sério durante alguns anos e actualmente a corrida é para manter a forma. Embora goste de Futebol, afirma que “nunca” teve jeito para isso – diz mesmo que “tinha dois tijolos nos pés” – optando por dar o seu apoio como Director, o que aconteceu ao longo de nove anos (sete a tempo inteiro e dois em ‘part-time’), no Atlético, e desde há quatro na Associação de Futebol da Horta (AFH). Falamos de Luís António Fernandes Gonçalves da Rosa, que também colaborou com o Sporting da Horta e a Associação de Desportos da Ilha do Faial, tendo aceite o convite para um segundo mandato ao lado de Eduardo Pereira por considerar “importante” dar o seu contributo para que as instituições do Faial se mantenham activas e neste caso concreto pelo papel que a AFH desempenha na formação dos mais novos.

 

Cristina Silveira

           

“Nunca joguei à bola, mas sempre pratiquei desporto: Atletismo, Ténis e Badminton. Este último joguei durante muitos anos, chegando a ser federado e a representar o Núcleo de Badminton da Escola Secundária de Queluz (NBESQ) quando vivi alguns meses no Continente. É uma modalidade espectacular e muitas pessoas não fazem a mínima ideia da exigência física e do nível de concentração necessários quando jogado em termos competitivos, claro.



Torneio Regional de Badminton, disputado no decorrer de uma edição das Festas da Praia, ilha Terceira, em 2001.

Em cima, da direita para a esquerda: Manuel Serpa, Carlos Moniz, Carlos Rebelo, Luís Rosa e Rui Capela.

Em baixo, pela mesma ordem: Luís Rosa, Carlos Rebelo, Manuel Serpa e Carlos Moniz

 

O gosto pelo Badminton nasceu “debaixo das arcadas” do velhinho Liceu. Eu e o João Duarte organizámos um Torneio, em que o Dr. Brito e Melo – que foi vice-campeão nacional de Badminton universitário – participou. Mais tarde, vim a descobrir que havia um núcleo que funcionava no ginásio do Ciclo e que era orientado pelo sr. António Fraga, que foi Comandante dos Bombeiros. Quando este núcleo terminou – já não me recordo a razão pela qual isso aconteceu – eu e um grupo de amigos resolvemos, com o apoio incondicional do professor João Castro através do INATEL, recomeçar a actividade no ginásio do Liceu. O “bichinho” era tão grande que chegávamos a acabar os treinos depois da meia-noite!

 

Juiz Nacional de Atletismo

 

O Atletismo foi o meu primeiro amor, apesar de na altura ser velocista, mas como costumava dizer, os 200m já eram uma maratona para mim! (risos). Fui um dos fundadores do Clube Independente de Atletismo da Ilha do Faial (CIAIA). Também fui Juiz Nacional de Atletismo durante muitos anos, chegando mesmo a participar, em 1986, em representação da Associação de Desportos da Ilha do Faial, no Campeonato do Mundo de 15 kms Estrada Femininos, realizado em Belém. A propósito, recordo que ainda fiz parte de uma Direcção da mesma entidade, liderada pelo meu amigo António Bulcão e com a mesma cor clubística (Belenenses). Já não sei precisar o ano, mas lembro-me que não correu muito bem, por falta de compromisso da minha parte. Ainda hoje me penitencio por isso.

Algures nos anos 90 integrei uma Direcção do Sporting Club da Horta, em que desempenhava funções no Andebol, nos tempos da 3ª Divisão.



Luís Rosa: “(…) o Trail é um vicio, um estado de espírito, difícil de explicar”

 

Há uns anos descobri o Trail por mero acaso. Desde os 14 anos que tinha a ideia de subir o Pico, mas nunca o tinha feito. Então, aos 47, com dois amigos e as nossas filhas, resolvemos metermo-nos em sarilhos. E que grande sarilho! Fiquei para morrer! Durante três ou quatro dias mal podia andar! (risos). Apercebi-me que estava mesmo mal a nível físico. Ainda mais para quem sempre tinha praticado Desporto. Resolvi recomeçar a correr e em Maio já estava a fazer os 21 kms do Trail dos 10 Vulcões. Só mesmo para loucos! Durante alguns anos levei o Trail mais ou menos a sério.



A descida à Caldeira do Faial foi outra das explorações feitas por este amante do Trail

 

Basta dizer que treinava cinco vezes por semana. Há três anos abrandei bastante o ritmo e actualmente continuo a fazer actividade física, mas sem o compromisso que tinha anteriormente. Corro para me sentir bem. Mas não posso dizer “desta água não beberei”, pois, o Trail é um vício, um estado de espírito, difícil de explicar.



Luís Rosa aquando da segunda subida ao Pico, “já com outra condição física. Apesar de ter mais de 20 quilos às costas foi bem mais fácil do que da primeira vez”

 

Envolvi-me no mundo do Futebol por causa do meu filho



Na Época de 2008/2009, o Atlético sagrou-se Campeão Regional de Infantis

 

Nunca tive jeito para o Futebol, mas envolvi-me neste meio por causa do meu filho. Ele começou a jogar na Escola de Futebol “Os Golfinhos”, com o José Santos e o Pedro Serpa, e aos sete anos de idade optou pelo Atlético para continuar a jogar. No segundo ano de Clube – já não me lembro bem como – fui parar a Director do escalão dele, com tudo o que isso implica: inscrições, transportes, jogos, problemas, stress, etc., etc. Em 2008/2009, eu, o Rui Pinheiro, o Natalino Bettencourt e o Manuel Augusto tivemos de formar uma Comissão para manter os miúdos no Clube, pois não apareceu ninguém para liderar os destinos do mesmo. E em boa hora o fizemos. Funcionou às mil maravilhas! Cada um tinha o seu papel bem definido. Na altura, tínhamos um grupo muito unido, incluindo os pais, que colaboravam e participavam de uma forma incrível. Recordo-me do Torres, que “vivia” o Atlético de uma forma apaixonada, e refilava, mas lá ia fazendo, assim como do sr. José Alberto Tavares, um flamenguense de gema e, que, infelizmente, também já não está entre nós. Durante os três anos em que o neto mais velho, o Edgar, esteve connosco, deu-nos um apoio extraordinário. Todos os pais desempenharam um papel importante nesse processo formativo.



Os “preto-e-brancos” das Angústias foram Campeões de Infantis em 2008/2009

 

O nosso projecto inicial era começar a trabalhar aqueles miúdos desde pequenos até Seniores, mas lamentavelmente não passámos dos Juvenis, devido a uma série de problemas que surgiram e que levaram ao cansaço e à desmotivação de grande parte do grupo. Foram sete anos muitos bons, em que fomos Campeões de Infantis, Iniciados e Juvenis, com o José Soares como timoneiro. O Zé teve a colaboração do Rui Pinheiro e do Eduviges Oliveira nos Infantis e nos Juvenis, respectivamente. Felizmente as alegrias foram superiores às tristezas.

O mais gratificante foi acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de toda esta rapaziada como jogadores e adolescentes. Julgo ter um amigo em cada um deles e por vezes quando nos encontramos recordamos os “velhos tempos”. É sinal de que ficou algo gravado na memória deles.



Angústias Atlético Clube, Campeão de Iniciados em 2010/2011

 

Fotografias cedidas por: Luís Rosa

 

Já no fim deste período, o Eduardo convidou-me para integrar a lista dele para a Direcção da AFH, mas eu não aceitei, porque me mantive no Atlético. No entanto, acordei que dali em diante a minha colaboração com o Clube das Angústias seria apenas em ‘part-time’, o que se manteve ao longo de dois anos.

Entretanto, como houve eleições no Atlético e concorreram dois amigos que me convidaram para as suas listas, o Luís Medeiros e o João Ávila, entendi que era hora de sair, pois não queria escolher um em detrimento do outro. Sendo amigo de ambos não fazia sentido tomar partido.

 

(…) estou na Associação pelo gosto que tenho em colaborar

 

Aceitei fazer parte desta equipa também porque já conhecia o Eduardo há uns anos, desde os tempos do Liceu. A minha passagem pelo Atlético ajudou-me a conhecê-lo melhor e a perceber o funcionamento desta orgânica. Com a saída do Luís Garcia, fui convidado a substituí-lo, tendo sido a única alteração registada no mandato anterior. Como se trata de uma boa equipa, em que todos nos damos bem, ao ser novamente convidado concordei em ficar mais quatro anos [as eleições aconteceram no dia 05 deste mês].

Posso dizer que na Associação de Futebol da Horta as minhas funções são menos trabalhosas do que aquelas que desempenhava no Atlético. O Luís Paulo é o Director principal das Selecções e eu apoio-o. O meu pelouro inclui o Futebol, as Escolinhas do Futebol e o Património. Quando é necessário, marco presença nos treinos das Selecções, faço transportes de atletas para treinos e jogos, acompanho as comitivas nas deslocações fora da ilha e sempre que me pedem colaboração faço o possível para ajudar. Posso dizer que o balanço é positivo. Ao contrário do que muitas pessoas pensam e dizem, as deslocações não são propriamente um passeio. São, sim, uma responsabilidade. Lidar com alguns miúdos por vezes não é fácil. É preciso ter paciência de santo. Um passeio é quando eu vou de férias. Aqui, há horários a cumprir relativamente a refeições, jogos e viagens; há que preparar os equipamentos e confirmar se está tudo de acordo com o plano estabelecido. A disciplina destes miúdos também passa por estas questões. É verdade que saímos e convivemos com pessoas de outras Selecções, o que é igualmente importante. Já nos conhecemos todos neste meio e acabamos por construir boas amizades. Mas estamos a falar de saídas obrigatórias em termos de calendário de provas. Percebo que não haja esse conhecimento e, como tal, talvez fosse interessante convidar algumas dessas pessoas, que estão alheadas, no sentido de darem o seu contributo a esta organização.



08 de Abril de 2021: Futebol - Selecção da AFH rumou à Terceira para disputar o Torneio Regional Inter-Associações de Sub-16

 

O facto de ter estado vários anos como Director no Atlético permitiu que eu já conhecesse as movimentações da Associação. Ao contrário do que muita gente pensa, a AFH tem muito trabalho! Podemos ser a Associação mais pequena do País, mas a organização de todas estas actividades implica muito tempo e labuta. Se o cenário é este numa entidade pequena, então nem consigo imaginar como será numa com outra dimensão. E agora com a pandemia há várias provas que foram sendo adiadas e andamos a tentar realizar tudo o que estava calendarizado e se encontra acumulado. Estamos no fim de Junho e as competições ainda não acabaram! Mas a verdade é que estou na Associação pelo gosto que tenho em colaborar.

Sei que muita gente não tem noção do que isto envolve. Eu próprio também não tinha pleno conhecimento da realidade da Associação no dia-a-dia. Sempre tive uma boa relação com a AFH e mesmo com o anterior Presidente, o Dr. Faria de Castro, dava-me bem. Defendo que é bom estar nos dois lados. Quem está num Clube e vem para a Associação vê o panorama com outros olhos. Percebe as dificuldades que a AFH tem em marcar treinos por haver um atleta que não pode vir, ou porque outro se encontra lesionado ou diz que está e à última da hora não vai jogar e tem de ser substituído; é a questão dos transportes, etc., etc. Quando fazemos parte da estrutura, a noção é outra.

 

(…) faz-me confusão ver que alguns miúdos se contentam em jogar não tendo como ambição estar entre os melhores e serem chamados à Selecção

 

Como sempre fui muito competitivo a nível desportivo, faz-me confusão ver que alguns miúdos se contentam em jogar não tendo como ambição trabalhar para estar entre os melhores e serem chamados à Selecção. Estar entre os seleccionados representa, a este nível, o topo. Portanto, entendo que todos deviam dar o seu melhor visando este objectivo. Para alguns, as deslocações à Terceira, a São Miguel ou a outra ilha qualquer são encaradas como um passeio, mesmo tendo consciência de que estão a representar a AFH. Obviamente que também vejo muitos a esforçarem-se para estarem lá em cima e quando não alcançam os resultados esperados até choram de tristeza! É a reacção natural de quando nos empenhamos e sacrificamos e não conseguimos chegar lá.

 

Selecção Sub-17 da AFH - Época de 2019/2020

 

O exemplo que costumo dar relativamente àqueles que não querem representar as Selecções, porque pura e simplesmente não lhes apetece, tem a ver com a final da Taça de Inglaterra.  Antigamente não se perdia uma, porque era o único jogo de Futebol inglês que se via na televisão. Era um espectáculo! Hoje em dia se quisermos praticamente todos os dias temos jogos para assistir!  

Os miúdos têm tantas opções de escolha, que por vezes já nem um “passeio” lhes interessa. E pior do que isso, chegam mesmo a desistir de praticar Desporto. São as mudanças operadas na nossa sociedade e que afectam nefastamente a nossa juventude. Também é verdade que muitos deles começam a jogar Futebol talvez cedo demais, o que por vezes leva à saturação numa fase ainda bastante jovem. Daí eu ouvir alguns dizerem que não querem jogar mais. E então quando saem para estudar já não há volta a dar. Mesmo que regressem a “casa” já nada é como dantes, pois as prioridades são outras.

Sei que a mentalidade dos jogadores é algo que nós, pais, também, por vezes, nos devemos sentir culpados. Está instalado o facilitismo. Se eles têm tudo por que razão é que vão esforçar-se em termos desportivos? Hoje está tudo muito mais ao alcance de todos sem ser necessário trabalhar ou fazer sacrifícios para receber um bónus.



Terceira - Abril de 2021 - Selecção da AFH no Torneio Regional Inter-Associações Sub-16

 

Fotografias: Arquivo AFH

 

As obras projectadas terão um impacto decisivo

 

Claro que dentro das perspectivas de crescimento e melhoria qualitativa dos resultados, as obras projectadas – Sede, Academia e Centro de Estágio – terão um impacto decisivo, sobretudo no que concerne à Formação. Aliás, a Formação tem sido uma grande aposta desta Direcção. E em relação a carências, basta dizer que a Associação de Futebol da Horta não dispõe de um campo para treinos e que as condições para acolher jogadores que vêm de outras ilhas são modestas. Além disso, a actual Sede – que nem pertence à AFH – há muito que se tornou demasiado pequena e a zona dedicada ao Arquivo é manifestamente insuficiente. Também não dispomos de um espaço para realizar uma Assembleia-Geral ou fazer uma acção de formação, pelo que andamos sempre a usar instalações cedidas.

 

(…) a Federação está a exigir muito, esquecendo-se que se trata de Clubes pequenos que vivem do amadorismo (…)

 

Em termos associativos, a AFH faz tudo o que está ao seu alcance para ajudar e apoiar os Clubes que estão a sentir dificuldades para corresponder aos critérios impostos pela Certificação. E neste sentido, considero que a Federação está a exigir muito, esquecendo-se que se trata de Clubes pequenos, que vivem do amadorismo e da boa vontade das pessoas. Estamos a falar de Dirigentes que tiram da sua família para dar aos Clubes. Os Clubes têm vindo a adaptar-se, uns melhores do que outros, naturalmente, mas colocar, em termos de Certificação, um Clube da AFH no mesmo patamar que o Benfica, o Porto ou o Sporting é irrealista. Eles são profissionais. E por este andar, os Clubes pequenos terão de ter alguém a tempo inteiro, o que financeiramente é incomportável para qualquer um deles. 



Torneio de Futebol “Vítor Simas”, realizado em 2007/2008. Luís Rosa integrava a Comissão Organizadora do Angústias Atlético Clube

 

Fotografia cedida por: Luís Rosa

 

O Estatuto do Dirigente tarda em ser implementado

 

Ainda bem que há pessoas que estão disponíveis para prestar esta colaboração, que é totalmente gratuita, pelo que está mais do que na hora de estes voluntários – não só a nível desportivo, mas cultural, religioso, social, etc., – receberem um incentivo. O tal Estatuto do Dirigente tarda em ser implementado e estamos a falar de algo que abrange milhares de pessoas. Se num curto espaço de tempo não for criado um incentivo, que pode passar por um sistema de contagem para efeitos de reforma, muitas das nossas instituições correm o risco de fechar portas e todos sabemos que se isso acontecer é extremamente difícil revitalizá-las. Uma reabertura é algo que implica muito trabalho.

Os mais velhos ainda vão conseguindo manter as colectividades no activo, mas os novos preferem ficar comodamente em casa em vez de irem trabalhar à borla, correndo o risco de serem criticados. Se pensarmos bem, que benefícios tenho em dar de mim, do meu tempo e dos meus recursos para no fim ainda ser insultado e incompreendido? Sem dúvida que quem colabora por carolice o faz por gosto, mas não deixa de ser cansativo e depois chega a um ponto em que a pessoa deixa tudo e não volta sequer a ponderar uma eventual colaboração. Reconheço mérito aos que “aguentam o barco”, o que está cada vez mais difícil. E então em ilhas pequenas tudo se torna ainda mais complicado.

Se este Estatuto fosse uma realidade, acredito que mais pessoas estariam na disposição de colaborar. Mas entendo que seria necessário aumentar a responsabilidade, pois, no conjunto dos Corpos Sociais há cargos que representam muito pouco trabalho em oposição clara a outros. Talvez isso pudesse abranger somente a Direcção – e ainda assim há sempre quem dê menos – já que os outros órgãos pouco fazem. Analisando o assunto, acho que este processo também ainda não avançou no terreno um pouco por causa destas questões, pelo que é imperioso definir tudo muito bem no sentido de este Estatuto não vir criar ainda mais desigualdades. Todos sabemos que enquanto uns trabalham e dão a cara há outros que pouco ou nada fazem. Por isso, compete a quem forma listas ir buscar pessoas de confiança e que estejam dispostas a trabalhar, caso contrário estaríamos a dar benesses imerecidas.

 

No caso da nossa Associação, o Futebol Feminino estava bem lançado, mas sofreu um forte revés devido à pandemia



Aspecto da I Gala AFHorta, realizada em Novembro de 2019, na ilha do Pico, por altura do 89º Aniversário da Associação de Futebol da Horta

 

Para atenuar a diminuição da prática masculina, penso que as mulheres começam a ter um papel decisivo. No caso da nossa Associação, o Futebol Feminino estava bem lançado, mas sofreu um forte revés devido à pandemia. Dentro da AFH foi mesmo o sector mais prejudicado pela Covid-19. Embora haja apoios e a Federação tenha feito uma forte aposta, a verdade é que para já será a AFH a chegar-se à frente no sentido de recuperar o trabalho perdido. Foi pena este interregno, pois tínhamos um grupo entusiasmado e motivado e alguns pais quando me encontravam perguntavam se ia haver competição para elas. O Eugénio estava a fazer um bom trabalho. Tínhamos um grupo engraçado, que esteve muito bem no Nacional e concordo que elas poderão ajudar muito no futuro. A Selecção apresentou resultados interessantes.



Luís Gonçalves colaborou na Entrega de Troféus na I Gala AFHorta, realizada no Pico

 

Fotografias de: José Feliciano

 

Infelizmente, no Faial os Clubes não estão virados para o Futsal, embora seja bem mais apetecível por ser jogado em pavilhão. Tínhamos boas equipas – Masculinas e Femininas – e recordo que o Atlético foi a primeira equipa da AFH a sagrar-se Campeã Regional de Futsal. Refiro-me aos Infantis, Época de 2008/2009, e eram os miúdos do Futebol que também jogavam Futsal. Fizemos quatro treinos específicos e oito jogos antes de chegar ao Regional! Os obreiros da vitória foram o Vítor Soares e o Rui Pinheiro. Na época seguinte, a Selecção da AFH foi Campeã Regional de Sub-14, com 11 jogadores do Atlético e um do Minhocas. Tínhamos uma geração muito boa, o que nem sempre pode acontecer. O título dos Sub-15 e dos Flamengos em Juniores, esta temporada, constituem a excepção e não a regra, infelizmente. Mas de vez em quando lá vamos tendo umas alegrias.

No meu entender, a motivação do jogador também está relacionada com as condições. Evidentemente que um bom sintético faz toda a diferença e alguns Clubes estão muito bem organizados. Entre treinar num pelado ou num sintético, obviamente que pais e atletas optam pelo sintético. O apoio dado pelos pais é fundamental e na AFH contamos com um bom grupo de pais que acompanha a actividade dos filhos.



Futebol - Selecção Sub-15 da AFH

 

Fotografia: Arquivo AFH

 

O Eduardo gosta disto

 

Neste quadro de disponibilidade que acima referi, inclui-se o Presidente da Direcção da Associação de Futebol da Horta, que há mais de 20 anos integra os Corpos Sociais deste organismo, sendo que desde 2010 o faz na qualidade de Presidente. Ainda bem que há pessoas com capacidade como ele, pois isto implica muito trabalho.



Luís Rosa: “Na minha opinião, as Galas vieram acrescentar algo à actividade e visibilidade da AFH junto dos Clubes”

 

Fotografia de: José Feliciano

 

O Eduardo gosta disto e é uma pessoa interessada que sabe destes assuntos. Penso que são estas razões que o levam a manter-se ligado ao longo de todo este tempo, além dos objectivos traçados, designadamente as obras. Admiro a capacidade e a vontade dele. Ele está sempre a pensar mais à frente. Exemplo desse seu dinamismo são as Galas, iniciadas em 2019 e que em plena pandemia se mantiveram. Nunca esteve em cima da mesa o cancelamento em 2020 e a verdade é que correu bem, mesmo dentro das restrições impostas. Aplaudo a descentralização implementada e nesse sentido depois do Pico e do Faial este ano será nas Flores e em 2022 no Corvo. Sabemos que a despesa é maior e a logística é outra, mas é importante esta rotatividade. Na minha opinião, as Galas vieram acrescentar algo à actividade e visibilidade da AFH junto dos Clubes. Tudo o que eu ouvi até hoje tem sido muito positivo. Nunca me chegou qualquer ‘feedback’ negativo. Trata-se de uma iniciativa interessante, que é para continuar.

O Eduardo é uma pessoa que viaja muito, o que lhe permite ver outras realidades e aproveitar ideias novas, sempre com o intuito de melhorar. Movimenta-se muito bem no seio da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), onde as suas opiniões são tidas em conta. Apesar de a Associação de Futebol da Horta ser a mais pequena do País, está bem cotada dentro da Federação também pelas iniciativas que realiza, concretamente aquelas que procuram desenvolver o Futebol e ajudar os Clubes, os quais nem sempre reconhecem esse apoio. Vemos que agradecem a outras entidades e não se lembram de o fazer em relação à Associação. Para que haja uma noção real do apoio que é concedido ao longo da época, começámos a contabilizar tudo e feitas as contas o montante dado a cada Clube é bem significativo. Os Clubes não são ingratos, mas por vezes esquecem-se de agradecer e de contabilizar tudo o que recebem. Penso que a Associação trata todos por igual. Nunca me apercebi de qualquer diferença de tratamento, mas claro que por vezes há uma ideia errada sobre isso. Porém, em defesa dos Clubes, devo dizer que quando é para as Selecções treinarem procuram sempre arranjar uma solução. São cooperantes.

 

(…) o cargo [de Presidente] implica disponibilidade, gosto e conhecimento

 

Quando o Eduardo decidir cessar a sua colaboração é importante que seja substituído por alguém que esteja por dentro dos assuntos. É preciso perceber que ele vinha com a escola do Dr. Faria de Castro. Portanto, terá de ser alguém que já tenha conhecimento de como isto funciona. Acredito que quem vier chegará lá, mas vai demorar algum tempo. As pessoas pensam que é fácil, mas todos os dias surgem coisas novas e questões para serem resolvidas.

O que normalmente acontece é o Vice-Presidente suceder ao Presidente. Mas o cargo implica disponibilidade, gosto e conhecimento. O Luís Paulo ajuda muito a nível de Selecções, Certificação e não só. Ele também gosta disto e tira do seu tempo para colaborar. É um homem do Futebol com vasta experiência como jogador, treinador e dirigente. Por tudo isto, considero que o cargo de Vice-Presidente está bem entregue.

Podemos ser levados a pensar que uma Associação como a nossa, cuja actividade abrange quatro ilhas, justificava ter alguém a tempo inteiro, o que já acontece nalgumas dos Açores e a nível nacional. Se calhar o volume de trabalho já permitia ter mais alguém. Enquanto for possível conciliar a vida pessoal e profissional o Eduardo aguenta, mas não há muitos “Eduardos”. Neste momento, ele é a pessoa certa no lugar certo. Quem o suceder não vai ter a missão facilitada. Mas garantidamente que o Eduardo vai ficar por aqui até aos 100 anos da Associação e isso já não está assim tão longe! Será em 2030. Penso que não vai querer perder esse marco histórico. Aliás, seria injusto ele sair antes dessa data, a não ser que isso aconteça por iniciativa própria”.